terça-feira, 29 de setembro de 2015

Que horas ela volta? (2015)


Ontem assisti ao famoso filme “Que horas ela volta?” e simplesmente me apaixonei. A atuação da Regina Casé dispensa comentários, não sou profissional, mas ela conseguiu me conquistar. Demonstrou toda simplicidade e humildade que a personagem, para mim, deveria ter.
Filmes que me fazem refletir já ganham alguns pontos, e esse é um deles. Você sai de lá, no mínimo, pensativo.
A história gira em torno de Val, uma empregada doméstica que trabalha desde muito tempo em uma casa de pessoas ricas. Ela é quem cuidou de Fabinho, filho de Bárbara (dona da casa), por quem tem um grande carinho.  A princípio você pensa que Val já é da família e que todos a tratam de forma digna, mas você começa a questionar isso com a chegada de sua filha, Jéssica (aquela que você odeia e passa a amar - pelo menos foi o que aconteceu comigo), assim como a tradicional família (e a quem a carapuça servir) começa a questionar o comportamento de Jéssica, que passa a ser inadequado para um modelo já massificado na sociedade.
O que mais me encanta é que o filme consegue gerar uma reflexão sobre certos valores com cenas de situações normais do cotidiano e de forma simples. Você entra na história pensando em algo e sai pensando em outro, ou pelo menos se questionando sobre algumas atitudes e alguns comportamentos que, aparentemente, é bastante aceitável e que fazemos diariamente achando que estamos sendo as melhores pessoas do mundo.
Muitos se dizem não preconceituosos, defensores da igualdade, sem nenhuma discriminação, e quando se observa (até mesmo sem precisar ir tão fundo) tratam com desigualdade alguém que cria seu filho, cuida da sua casa, te dá comida na boca e que só falta mastigar a comida para você não ter esse trabalhão todo. E do outro lado, as pessoas “menos favorecidas” também acreditam que esse padrão de comportamento é o apropriado e se sujeitam a ele.
O filme mostra uma nova pintura: a filha da emprega nordestina que estuda e quer prestar vestibular para uma das mais difíceis faculdades de São Paulo (a mesma que o filho dos patrões irá prestar), vem do nordeste de avião e sabe que é alguém, com personalidade e digna de respeito.
Eu amo Jéssica.  Eu amo esse filme.
Assista e se sinta motivado por mudanças e reflexões a respeito do desenvolvimento social, valores e padrões preestabelecidos.   
Afinal já dizia Jéssica: Não me sinto superior, só não me sinto inferior a ninguém.



Grazielle Alves

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