Há três finais de semana fui a uma casamento em Belo Horizonte. Festa bonita, noivos felizes, famílias satisfeitas... Tudo como deve ser. Amém.
Na ocasião, por conta da minha eterna sensação de peixe fora d´água, me peguei pensando como essas cerimônias, cada vez mais padronizadas, caras e ostentosas, estão esvaziadas de espontaneidade e personalidade. As mestres de cerimônia se encarregam de deixar tudo perfeito, cada movimento da noiva é milimétricamente planejado, há uma preocupação excessiva pela ritualização.
Só que essa perfeição, essa preocupação em seguir a tradição, essa obsessão pelo que está faltando, acabam despersonificando a celebração, que era para ser única e enfatizar a linda história de amor que uniu o novo casal. O importante nesse momento não é ouvir sermões ultrapassados e repetitivos. Os votos não deveriam ser ditados, mas sim criativa e sentimentalmente declarados.
E as músicas?Elas deveriam ser as protagonistas da cerimônia, as responsáveis por conduzir noivos e convidados a um estado maior de comoção.
Afinal, a gente se descobre apaixonada/o quando começa a ver sentido nas músicas românticas e pensar que elas foram feitas pra você. As principais memórias de amor estão associadas a músicas, não é mesmo? Como, então, deixar de fora da celebração as músicas que fizeram parte dessa história?
Cena do Filme Simplesmente Amor. A música, especialmente as favoritas, tem o poder de preencher, encantar, elevar nossa alma... Por que as pessoas não consideram isso ao planejar seus casamentos?
Se me fosse dada a oportunidade de casar novamente, não trocaria de noivo, mas sim de celebração. Roubaria as ideias do filme O Casamento de Raquel. Nele, as formalidades foram substituídas pela cumplicidade. Os mais próximos, amigos e familiares, se mudaram para a casa dos noivos- o local da festa- compartilhando da organização e da alegria que a ocasião pedia. E as músicas? Estavam lá e fizeram toda a diferença!
Marina Marinho
Perfeito, amiga! Divulguei o post para não plagiar suas palavras. Realmente o sentimento que deveria existir e contagiar a todos se esvai com cerimônias tão engessadas e formais. Este momento é único, não vou ficar repetindo o que escreveu... Concordo com absolutamente tudo! Sou sua fã! Beijos
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